A
poucos meses para o fim de 2019, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou
durante evento, em São Paulo, que em breve o país “sentirá o bafo do
reaquecimento da economia”. No agronegócio brasileiro, a retomada do
crescimento já é visível, o setor representa 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB)
— soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
De
acordo com estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP),
feito em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
no primeiro semestre de 2019, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 0,53%.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmam o
crescimento e mostram que em maio deste ano, o Valor Bruto da Produção foi mais
de R$ 600 bilhões, um aumento de 1,4% em relação a 2018.
No
mercado externo, a força do agronegócio nacional também é significativa.
Relatório do Mapa
revela
que as exportações brasileiras movimentaram mais de US$ 39 bilhões, no mercado
internacional.
Entre
os países que mais importam do Brasil está a China, com participação de 32,81%,
seguido pela União Europeia (18,19%) e Estados Unidos (7,40%). As projeções
para os próximos anos também são otimistas. A ministra da Agricultura, Tereza
Cristina, esteve em Pequim - China, em outubro, e sinalizou que o mercado
chinês quer aumentar os investimentos no agronegócio brasileiro.
Em
2018, o país comprou mais de US$ 31 bilhões em produtos agropecuários do Brasil
- valor 75%
maior
do que o registrado em 2015. Entre os produtos preferidos pelos chineses estão
a soja, grãos e carnes (bovina, suína e frango), que representam 96% das vendas
aos chineses.
Os
acordos assinados na China devem alavancar as relações comerciais entre os dois
países e expandir, ainda mais, a presença do agronegócio brasileiro no
exterior. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do
mundo e, de acordo com a ministra, o país ainda tem força para crescer ainda
mais e de forma sustentável.
“Queremos
ampliar a participação do agronegócio brasileiro no comércio internacional para
além dos atuais 7%. As oportunidades estão por toda a cadeia produtiva e vamos
aproveitá-las”, declarou.
Matopiba,
última fronteira agrícolaParte considerável do potencial do agronegócio
brasileiro vem do Matopiba - região cujo nome vem do acrônimo das iniciais de
Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O local, demarcado pela Embrapa em cima do
bioma cerrado, é considerado uma das últimas grandes fronteiras agrícolas da
atualidade.
O
local tem grande potencial de cultivo, mas pouco explorada. Possui 73 milhões
de hectares, sendo 35 milhões de terras cultiváveis. Durante palestra no XVI
Fórum Internacional de Administração (FIA), a senadora Kátia Abreu (TO) contou
que na região já são produzidas 12 mil toneladas de grãos. Primeira mulher a
chefiar o Ministério da Agricultura (Mapa), e ex-presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a parlamentar revelou que o local tem condições
de produzir mais de 62 milhões de toneladas de grãos.
Quem
acreditou no potencial do Matopiba não se arrepende. Os pais do produtor rural,
Alzir Pimentel Aguiar Neto, saíram da Paraíba e compraram propriedade rural no
município de Baixo Grande do Ribeiro-PI, em 1994.
Na
época, com cinco anos de idade, ele acompanhou o trabalho da família para fazer
o negócio prosperar. Inicialmente, a ideia era investir na produção voltada
para a pecuária, mas a realidade local revelou que a região tinha vocação para
a agricultura.
“Em
1995 começamos com a primeira roça de arroz. Em 1996, estimulados pelo pessoal
do Maranhão, começamos a plantar soja”, conta o produtor que é, atualmente,
presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-Piauí).
A
topografia privilegiada, segundo Alzir, é uma das principais vantagens do
território. O Matopiba tem, ainda, um regime de chuvas considerado suficiente
para a produção, e a proximidade com os portos facilita o escoamento para o
mercado interno e externo.
O
grande gargalo é a infraestrutura, pois faltam investimentos na localidade.
“Podíamos gerar muito
mais
emprego e renda, pois temos a matéria prima. Mas as indústrias não vêm, porque
não tem estrada nem energia suficiente”, diz Alzir.
Segundo
a senadora Kátia Abreu -TO, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei
Complementar (PLP) 279/16, do Executivo, que autoriza a criação da Agência de
Desenvolvimento do Matopiba. Entre as prioridades da nova instituição estarão o
estímulo ao desenvolvimento, com
aumento
da eficiência da infraestrutura e logística do lugar.
As
obras de rodovias federais que cortam a região já estão licitadas. A meta é
escoar toda a produção pelos portos de Itaqui-MA e Vila do Conde -PI, o que
deve diminuir os custos com logística.
“Queremos
chegar em 2022 com capacidade de escoar por esses portos 47 milhões de
toneladas. Teremos um crescimento, de saída, acima de 327%, em relação a 2015”,
disse Abreu.
A
senadora garante que o crescimento será feito de forma sustentável. “Vamos
cumprir com os compromissos que assumimos em Paris, na COP-21, e nos orgulhar
de possuir o menor índice de desmatamento ilegal”, avisa.
Enquanto
isso, o município Baixo Grande do Ribeiro aproveita o crescimento econômico
proporcionado pelo agronegócio. Alzir lembra que a cidade era extremamente
pobre em 1992, mas hoje se destaca por conta da produção de soja.
“O
agronegócio transformou o muNicípio. O comércio local é ágil, a questão do
emprego e renda tem ótimos patamares, e o Censo do IBGE mostrou que o PIB local
bateu R$ 5 mil per capita, índice maior que a própria capital, Teresina”,
comemora Alzir.
FONTE:
GONÇALVES, A. G. REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, ANO 30 Nº 132
SETEMBRO/OUTUBRO 2019. p. 28 -31
O
Agronegócio é responsável por impulsionar a economia e tirar o Brasil a
crise. O crescimento no ano de 2019
mostra o quanto o setor representa 1/3 do PIB. A projeções para os
próximos anos são bastante promissores.
O Brasil é o 3º maior produtor de alimentos, que segue parâmetros sustentáveis.
Atualmente o país investe no cerrado dos Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins
e Bahia. Visto que nessas regiões há grandes potenciais para desenvolvimento de
exploração. A perspectiva é chegar em 2022 com capacidade de escoar 47 milhões
de toneladas de alimentos.
ADM.
CLAUDILANYO GONÇALVES
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