Em 20 de julho de 1969, a humanidade
deu salto que mudaria os rumos da história. Por meio da missão Apollo 11, os
astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousaram na Lua com o módulo lunar
Eagle e, desde então, o mundo tem vivido rápida mudança tecnológica que
influenciou todo o estilo de vida atual. A história das missões espaciais
começou em 1919, quando o engenheiro Robert Goddard publicou o ensaio “Método
de Alcançar Extremas Altitudes”, que previa o uso de foguetes como mecanismo de
propulsão de aeronaves. A tecnologia seria utilizada, inicialmente, em aviões
de combate e tinha o objetivo de alcançar zonas aéreas mais altas, onde naves
inimigas não pudessem abatê-las. Mais tarde, na Alemanha nazista (1944), foi
lançado o primeiro foguete a atingir o espaço, o V-2, que atingia mais de 170
km de altitude. Os alemães tinham como objetivo desenvolver arma que vencesse,
em definitivo, a Segunda Guerra Mundial.
Com a vitória dos aliados, o programa
alemão ficou estagnado e deu lugar a duas novas potências militares emergentes:
os Estados Unidos e a União Soviética - composta pela atual Rússia e países
vizinhos a ela, hoje independentes. Os soviéticos foram os pioneiros a lançar
um satélite ao espaço, o Sputnik 1, em 1957.
Anos depois, em 1961, Moscou lançou o
primeiro voo tripulado ao redor da Terra, o Volstok, levando o astronauta Yuri
Gagarin. No auge da guerra fria, ainda na década de 1960, os americanos temiam
ser ultrapassados na corrida espacial e armamentista. Por isso, agilizaram seu
programa espacial, com receio de que os
soviéticos desenvolvessem armas que pudessem vencê-los. De acordo com o livro
“Missão Apollo - A Incrível História da Corrida à Lua”, do autor americano
David Baker, o empenho americano surtiu efeito e possibilitou que, em 20 de
julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousassem o módulo Eagle na Lua. Os
astronautas ficaram duas horas e quinze minutos fora da nave e coletaram 21,5
Kg de material do solo.
A nave que levou os astronautas da
Terra à Lua era composta por três partes. A primeira continha o módulo de
comando e era uma cabine semelhante ao cockpit de um carro; por lá controlavam
o voo, desde a Terra até a Lua.
A segunda parte, o módulo de serviço,
continha o material de propulsão dos foguetes e servia como despensa nele havia reservatórios de energia elétrica,
oxigênio e água. Já a terceira parte era formada por módulo lunar, dividido em
dois estágios, sendo um para descida e outro para subida de
volta à nave Apollo. A parte usada
para descida foi chamada de Saturno V e fazia parte do terceiro estágio da
viagem de três dias: desde a decolagem da nave-mãe até a entrada na órbita da
Lua. Após a descida, os astronautas foram para o módulo Eagle, que ficou
estacionado no satélite.
O pouso foi assistido ao vivo
mundialmente, ocasião que Armstrong eternizou a frase “É um pequeno passo para
o homem, um passo gigante para a humanidade”. Depois da Apollo 11, os
americanos viajaram à Lua mais cinco vezes. Anos depois, os americanos
continuaram com os projetos Skylab, Ônibus Espacial e, finalmente, programas em
conjunto (com a Rússia, Canadá, Japão e União Europeia) e até chegar na
cooperação internacional que desenvolveu a Estação Espacial Internacional.
O projeto Apollo 11 proporcionou
desenvolvimento desde a primeira viagem do homem à Lua, como também incentivou
exponencial avanço tecnológico. Inovações encontradas na atualidade estão
diretamente relacionadas à saga espacial de 1969. De acordo com o professor e
pesquisador do curso de Engenharia Mecânica, da Universidade de Brasília (UnB),
Carlos Alberto Veras, o primeiro benefício trazido pelo Projeto Apollo foi em
relação ao peso dos materiais. A massa dos objetos levados ao espaço deveria
ser menor para economizar energia na propulsão.
“Era necessário você economizar massa.
Por isso, os materiais tinham que ser mais capazes, do ponto de vista de
qualidade estrutural, e tinham que ficar mais leves, mais eficientes”, explica.
Outro avanço necessário para a viagem
do foguete até a Lua foi a substituição de painéis analógicos
por circuitos integrados. Isso reduziu
o peso dos controles, no sistema de navegação da nave Apollo 11, bem como
acelerou a evolução das tecnologias de microchips.
Após o lançamento da nave, e ao longo
da década de 1970, a Nasa passou a consumir até 60% dos microchips produzidos
pela indústria americana. De acordo com Veras, o dispositivo é a base da
tecnologia utilizada hoje nos computadores, smartphones e tablets.
Na indústria têxtil, os trajes dos
astronautas exigiam proteção contra raios solares, uma vez que sem a proteção
dos gases que protegem o planeta Terra, eles são prejudiciais à saúde humana.
Além da tecnologia de refrigeração contra o calor e a radiação do Sol, os
trajes espaciais serviram de base para o desenvolvimento da roupa de proteção
utilizada atualmente pelo Corpo de Bombeiros - que protegem o corpo contra a
exposição ao fogo.
Outra invenção originada deste período
foi a filtragem de materiais tóxicos da água, a partir de urina. Com a
limitação de peso no transporte espacial, era necessário haver limitação da
quantidade de água a bordo. “Hoje, além da tecnologia de filtragem de água,
temos também as máquinas de filtragem de sangue, utilizadas nos tratamentos de
hemodiálise. O marca-passo, usado para controlar os batimentos cardíacos dos
astronautas, também foi outro grande experimento surgido das viagens
espaciais”, esclarece o pesquisador.
Segundo Veras, o projeto espacial
ainda influenciou no desenvolvimento de tecnologias básicas, sobretudo, na
comunicação, uma vez que era preciso desenvolver uma comunicação entre a Terra
e os astronautas que estavam na Lua. Na extensão dos projetos militares e
espaciais surgiram invenções como a internet e, posteriormente, os smartphones
- que caíram no gosto popular e ganharam dimensão social até então inédita, na
história da humanidade.
Do final da década de 1990 - quando a
internet tornou-se acessível a civis -, até a segunda década dos anos 2000,
povos de todo o mundo viram seu dia a dia ser mudado por tecnologias. Elas
mudaram sua rotina básica, desde a forma de comunicação até a compra de comida
ou maneiras de transporte.
“Em pouco tempo, vimos um contexto
muito rápido de disruptividade (tecnologia estabelecida no mercado, substituída
por outra mais evoluída) com a internet das coisas (presença de internet em
dispositivos como casa, carro e geladeira) e instituição de novas maneiras até
mesmo de lidar com dinheiro, como as moedas virtuais. É difícil saber o que nos
aguarda daqui a 20 anos, mas será muito interessante”, avalia.
FONTE:
http://revistarba.org.br/ REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 30 Nº 131 JULHO/AGOSTO 2019. p. 26
-29
RESENHANDO:
Tudo se inicia com o planejamento em 1919, onde a tecnologia que
estava em desenvolvimento seria para fazer as aeronaves voares mais altas, a
fim de em uma guerra elas poderem voar mais alto e assim surpreender o inimigo
abatendo – as. Em 20 de Julho de 1969, a humanidade deu um salto tecnológico
com a ida de seus humanos a lua. Isso se deu através de muitas pesquisas e hoje
temos grandes invenções, graças as criações feitas para aquela ocasião. Tais
como: 1 – peso de materiais, como forma de economizar energia na propulsão. 2 –
Substituição de painéis analógicos por circuitos integrados. 3 – Acelerou a
evolução das tecnologias de microchips. Que deram origem aos computadores,
smartphones, tablet e etc. 4 – Os trajes de proteção contra os raios UV. 5 -
Filtragem de materiais tóxicos da água, a partir da urina. Hoje esse método é
usado nos hospitais em paciente que fazem hemodiálise. 6 – O marca-passo usado
para controlar os batimentos cardíacos dos astronautas. 7 – A internet como
forma de comunicação, a priori, militar, porém com o passar dos anos ficou
acessível a todos. Isso em finais dos anos 90 e começo dos anos 2000.
ADM. CLAUDILÂNYO GONÇALVES
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