segunda-feira, 6 de julho de 2020

EMPRESAS: EVOLUÇÃO DAS GERAÇÕES - ANO 04 – EDIÇÃO 45 – SETEMBRO DE 2020





Os funcionários maduros e idosos têm receio das mudanças do mercado, e da pressão em manter-se no emprego. E os mais jovens, possuem obstinação de querer tudo rápido, para ontem. Administrar conflitos de forma adequada tornou-se um dos grandes desafios dos gestores de recursos humanos. Tais problemas afetam não apenas o clima organizacional, mas também faz cair a produtividade, é o que revela estudo das consultorias ASTD Workforce Development e VitalSmarts. De acordo com a pesquisa, um em cada três entrevistados afirmou que a empresa gasta 5 horas ou mais, por semana, em conflitos entre as gerações; o que gera perda de 12% de produtividade. Dos 1.348 pesquisados, 54,43% trabalham em empresas com funcionários de pelo menos três gerações, e as divergências são mais frequentes entre os Baby Boomers, (nascidos após a Segunda Guerra Mundial) e os Millennials (nascidos entre 1980 e 1999).
Para a administradora e especialista em Gestão de Pessoas, Alexsandra Leite, os conflitos entre profissionais de diferentes gerações existem por diversos fatores. “Os principais conflitos entre gerações estão baseados em valores que eles têm e nas motivações que possuem. Aquilo que os motiva, que está por trás do que fazem, o modo como pensam ou agem é muito diferente entre as gerações. E isso, por si, já é um fator que vai resultar em inúmeros conflitos”, esclarece. Além dos Millennials, também chamada de Geração Y, boa parte das organizações têm, ainda, colaboradores da Geração X (nascidos entre 1960 e o final da década de 1970) e da Geração Z (nascidos após o ano 2000 ou de 1993, não há consenso entre pesquisadores). O que define cada grupo é o conjunto de particularidades como faixa etária, cultura, influências econômicas e sociais.
“Geralmente, a gente acaba sepaando por características que algumas pessoas têm em comum”, revela o gerente sênior da empresa de consultoria em recrutamento ‘Robert Half’, Caio Arnaes.

MATURIDADE EM FOCO

Baby Boomers são pessoas que nasceram após a Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964. O termo, em inglês, indica o período em que houve forte aumento (Boom) na taxa de natalidade. Entre as características que marcam o grupo estão a lealdade, foco em resultados e valorização da estabilidade profissional e financeira. Isso ocorre por terem nascido em período marcado por escassez econômica, por esse motivo, se preciso for, sacrificam, inclusive, a vida pessoal.
“Para os Baby Boomers, o emprego é para a vida toda; eles valorizam muito a ascensão profissional. Por isso, ainda hoje, encontramos profissionais que estão nas empresas há mais de 30 anos”, conta o consultor e CEO da Newman Educação Corporativa, Mozart Júnior.
Depois dos Baby Boomers veio a Geração X. O período entre 1960 e 1979 ficou conhecido por diversas mudanças culturais, tais como o aumento da taxa de divórcios e ingresso da mulher no mercado de trabalho.
De acordo com Alexsandra Leite, eles tiveram que lidar com pais workaholics (viciados em trabalho) e sempre ausentes. “Hoje, eles fazem questão de criar os próprios filhos de forma diferente e têm como visão buscar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar”, pontuou.
Muitos profissionais das gerações X e Baby Boomers ainda estão em atividade no mercado de trabalho. Eles continuam na ativa e ocupam, em boa parte dos casos, cargos de liderança.
“Nos Estados Unidos, a idade média dos CEOs é de 56 anos. Até pouco antes da eleição de Barack Obama, 65% de todos os líderes do país eram Baby Boomers”, diz Alexsandra. Jovens entram em cena.
Aos poucos, os Baby Boomers e a Geração X vão deixando o mercado de trabalho. Com a aposentadoria, entra em cena a Geração Y — também conhecida como Millennials — que está no auge de suas carreiras. De acordo com estudo do instituto Pew Research Center, os Millennials serão 73 milhões e os Baby Boomers 72 milhões, em números de profissionais, nos Estados Unidos, em 2030. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% da população brasileira (63 milhões) é composta por Millennials. Segundo especialistas, profissionais nascidos entre 1980 e 2000 têm potencial de alta performance, pois chegou ao mercado de trabalho com mais informação e acesso à tecnologia. Alexsandra explica que é uma geração motivada por satisfação pessoal e, no ambiente de trabalho, precisam ser estimulados com desafios.
“Eles já são muito mais rápidos, criativos, tem muito mais versatilidade e grande domínio de tecnologia — em comparação às demais gerações. E como eles receberam muita atenção dos pais, no trabalho não é diferente: eles necessitam de muito mais orientação e de treinamentos para que possam potencializar as habilidades”, afirma.
Em relação aos conflitos, os Millennials foram apontados como uma das gerações que mais causam atrito no mercado de trabalho. Segundo pesquisa da consultoria ASTD Workforce Development, 45,06% das divergências acontecem entre eles e os Baby Boomers. Quando trabalham juntos, ambos se queixam de rejeição sobre experiências passadas, falta de disciplina e foco, bem como sobre falta de respeito e resistência a mudanças, ou falta de vontade para inovar.
Depois dos Millennials, um novo grupo começa a ganhar espaço: a Geração Z. São considerados “nativos digitais”, pois estão mais familiarizados com a internet, compartilhamento de arquivos e dispositivos móveis. No Brasil, cerca de 30 milhões de jovens adultos e adolescentes fazem parte desta geração.
Segundo o consultor e CEO da Newman Educação Corporativa, Mozart Júnior, a geração Z é mais informal e mais adepta à modernidade e à qualidade de vida. “Como estão chegando agora ao mercado de trabalho, eles não gostam muito de burocracia e preferem trabalhar em casa”, relata.
O segredo da boa convivência. Na agência Proativa Comunicação, dez colaboradores com idades entre 19 e 45 anos vivem em plena harmonia. Mas nem sempre o clima de paz predominou na organização. Segundo o Diretor Executivo da agência, Flávio Resende, no passado era comum haver conflitos de gerações. A solução foi apostar no gerenciamento dos dois lados da situação.
“A geração X costuma ser mais engajada e se compromete mais com o trabalho, com a oportunidade. Já a geração Y tende a ser mais dinâmica, tem mais facilidade para adaptar-se, mas não aguenta pressão: tem pouca proatividade e bastante dificuldade de concentração”, revela.
Como gestor, Flávio conta que extrai o melhor de cada geração e estimula os colaboradores a fazerem o mesmo. Para evitar que novos conflitos apareçam, a política da empresa é respeitar as diferenças.
Ele narra que nem sempre é fácil lidar com a rigidez dos mais antigos e com a imaturidade e dispersão dos mais novos, mas que vale o esforço. “É rico para o ambiente profissional este caráter multifacetado. Todo mundo ganha no fim”, garante o gestor.
As diferenças de perfis também são vistas com bons olhos no grupo Sabin — de medicina diagnóstica. A organização conta com mais de 5 mil colaborares de diversas gerações, em todo o país.
As contratações e promoções de cargos são feitas de acordo com as capacidades e as habilidades de cada um, independente da idade. Entretanto, a diretora administrativa e de pessoas dos Laboratórios Sabin, Marly Vidal, conta que eles buscam formar equipes com pessoas de idades diferenciadas.
“Hoje, possuímos quatro gerações trabalhando juntas e em equipe: Baby Boomers, Geração X, Geração Y e Geração Z. Este cenário favorece a inovação e melhora o desempenho do nosso negócio”, relata.
Apesar da grande quantidade de colaboradores, ela garante que no Sabin nunca houve conflitos entre as gerações. “Possuímos uma cultura de respeito e valorização da diversidade. Trabalhamos com práticas que apoiam a inclusão, facilitando com que nossos profissionais consigam exercer suas funções com respeito às diferenças”, explica Marly.
Uma das políticas do Sabin é desenvolver as lideranças para que atuem mais próximas dos colaboradores, por meio de diálogo aberto e transparente. Marly conta que dessa forma a organização consegue tratar e conduzir com tranquilidade as di-ferenças entre as gerações, sem que
haja desgastes e conflitos.
Respeito é tudo Entre os especialistas, o diálogo e o respeito às diferenças são unanimidades, quando o assunto é gerenciar conflitos entre as gerações. O consultor e CEO da Newman Educação  Corpporativa, Mozart Júnior, sugere que as empresas apostem em programas de mentoria entre as gerações. “A pessoa mais jovem, que cresceu com a Internet, ensina a mais idosa sobre o poder das mídias sociais para gerar resultados de negócios. Enquanto isso, o funcionário mais experiente compartilha conhecimento institucional com o trabalhador mais jovem”, relata o consultor e analista de perfil comportamental. A especialista em Gestão de Pessoas, Alexsandra Leite propõe que os gestores valorizem as habilidades dos colaboradores. Segundo ela, as pessoas que fazem o que gostam trabalham “mais, melhor e felizes”.
Ao sentirem-se valorizadas, elas saberão lidar melhor com as pessoas. Esse entendimento também é aposta do gerente sênior da empresa de consultoria em recrutamento ‘Robert Half’, Caio Arnaes. “O segredo é ter muita comunicação, compreensão e respeito. É compreender o próximo e respeitar o que é importante para ele”, avisa.
Com relação ao futuro, as projeções são otimistas. Segundo Mozart Júnior, os próximos anos serão pautados na colaboração, diversidade e empatia. “Estamos vivendo um momento mágico de transformação, que nos exige um coração forte para aguentar a pressão e as novidades diárias, além
de muita coragem para nos reinventarmos e cocriar o futuro que queremos para as próximas gerações”, diz. As constantes transformações vão exigir profissionais com alta capacidade de adaptação. Para Caio, este será o futuro do mercado de trabalho. “A mudança está aí, frequentemente, todo dia, a toda hora: é uma coisa assim que está acontecendo cada vez mais rápido. Então, os próximos donos do mercado serão os funcionários que estão acostumados a mudar, a rever e a mudar paradigmas”, finaliza o gerente da Robert Half.

Fonte: Especialista em Gestão de Pessoas, Alexsandra Leite / CEO da Newman, Mozart Júnior. REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, ANO 30 Nº 131 JULHO/AGOSTO 2019 p. 30 -37

RESENHANDO:

Com o passar dos anos, gerações vão deixando sua marca na história e isso tornou – se um grande desafio para as empresas, pois a questão  social e cultural afetam diretamente o clima organizacional e faz cair a produtividade. Atualmente temos 4 gerações, a BABY BOOMERS, a X, a Y, e a Z.
As BABY BOOMERS são pessoas que nasceram pós segunda guerra mundial ( 1946 a 1964 ). Dentro das empresas: 1 – São leais e comprometidos. 2 – Valorizam a estabilidade profissional. 3 – São competitivos. 4 – Contestadores. 5 – Focado em resultados. 6 – Aprenderam a lidar com os avanços tecnológicos. 7 – Utiliza dispositivo para fins tradicionais. 8 – São controladores. 9 – Muito impacientes com as gerações posteriores.
A geração X são pessoas que passaram por grandes movimentos culturais entre 1960 a 1979. Dentro das empresas são: 1 – Independentes. 2 – Empreendedores. 3 – Valoriza a estabilidade. 4 – Resistente a mudanças. 5 – Buscam ascensão profissional. 6 – Geração equililibrada. 7 – Aprenderam a usar a internet. 8 – São experientes e dedicados. 9 – Valorizam flexibilidade. 10 – Aprendizagem colaborativa.
A geração Y, conhecida como MILLENNIALS entre 1980 a 2000. Dentro das empresas são: 1 – Independentes. 2 – Tem múltiplas atividades. 3 – Inovadores. 4 – Empreendedores. 5 – Trabalho em equipe. 6 – Despojados. 7 – Simplistas. 8 – Buscam recompensas tangíveis. 9 – Assumem riscos. 10 – Multitarefas. 11 – Tem foco. 12 -  Cresceram    em meio a tecnologia. 13 -  superconectados. 14 – Grande capital intelectual.
A geração Z são considerados nativos digitais, entre 2001 e 2010. Dentro das empresas são: 1 – conectados na internet. 2 – Compensação tecnológica. 3 – Abertura social em relação a mídia. 4 – Detesta burocracia. 5 – Preferem trabalhar em casa. 6 – Buscam popularidade. 7 – Não gostam de trabalhar em grupo. 8 – Ágeis. 9 – Buscam ascensão profissional. 10 - Preferem smartphones a computador. 11 – Valorizam consciência coletiva. 12 – preocupados com o meio ambiente. 13 – Baixa tolerância à crítica e frustração. 14 – Possuí dificuldade de raciocínio crítico e analítico.
Com a diferenças entre as gerações um ponto resume tudo isso a fim de que as empresas evoluam  mantendo todos unidos, através do dialogo e do respeito, pois pessoas que fazem o que gostam trabalham mais, melhor e feliz. Futuramente as empresas serão moldadas em pessoas adaptáveis.

ADM. CLAUDILÂNYO GONÇALVES

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