segunda-feira, 6 de julho de 2020

COMPLIANCE: COMO APLICAR NAS EMPRESAS - ANO 05 – EDIÇÃO 51 – MARÇO DE 2020



 Termo do momento, nas instituições públicas e privadas, o Compliance está cada vez mais presente
no vocabulário de empresas de todo o Brasil. A fama ocorreu após aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (n.º 13.709/2018), que instituiu regras para posse e uso de informações pessoais de terceiros. A palavra Compliance tem origem na língua inglesa e, segundo o Dicionário Oxford, significa literalmente obedecer a regras e normas, ou solicitações feitas por pessoas investidas de autoridade ( jurídica)”. No âmbito das instituições, públicas ou privadas, ele alinha práticas da instituição com a legislação do país, estado ou município.
Segundo a procuradora e subcorregedora de Planejamento Correcional substituta, da Advocacia Geral da União (AGU), Mariana Cruz Montenegro — que é especialista no tema entre os objetivos do segmento está o de prevenir, detectar e remediar desvios de irregularidades que possam
prejudicar a imagem e a credibilidade das instituições. Ela explica que o segmento atua prioritariamente na prevenção, ao elaborar programa de integridade e avaliar os riscos operacionais, gerenciando os controles internos da organização.
De acordo com a procuradora, a gestão de riscos é um dos pilares do Compliance. Juntos, eles fazem com que os impactos causados por um desvio de conduta seja previsto antes de sua ocorrência. Eles estabelecem, ainda, controles que diminuam a probabilidade de sua materialização e, caso o problema ocorra, minimizam o impacto causado.
Outra função do Compliance é fazer cumprir normas e procedimentos internos, direcionando-os aos objetivos estratégicos, missão e visão da organização. “Ele é responsável pela gestão da integridade e deve garantir não só que sejam observadas as leis, normas e diretrizes internas das instituições, mas também promover uma verdadeira mudança de cultura organizacional”, explica Mariana.

Profissionais de Compliance

Embora o Compliance esteja mais atrelado ao ambiente jurídico, profissionais de diferentes formações também podem trabalhar no segmento, pois é exigido conhecimento específico tanto da área jurídica como contábil, administrativa, de recursos humanos, Tecnologia da Informação (TI) e comunicacionais. Para Mariana, é até mesmo necessário ter uma equipe multidisciplinar para que cada vivência profissional adicione sua expertise aos diferentes pilares da área.
Os advogados podem ter maior facilidade com normativos e redações políticas, mas um bom comunicador, por exemplo, é fundamental para que elas sejam transmitidas e interiorizadas da maneira desejada. Já um contador vai possibilitar que os registros contábeis sejam feitos de forma adequada e correspondam à realidade do que é praticado na instituição”, exemplificou Mariana.
Diante do cenário tecnológico e disruptivo atual, em que as informações passam a ser disseminadas de maneira global, é necessário haver setor dedicado ao Compliance. De acordo com o advogado e especialista em Direito Administrativo, Arthur Bobsin, uma empresa pode implantar o setor com a elaboração de um código de conduta que chegue a todos os funcionários, de maneira inteligível.
Segundo Bobsin, a integração de todos os colaboradores, sobretudo, os de alto escalão da empresa — tais como CEOs, diretores e gerentes — é fundamental para dar exemplo aos demais funcionários. Além disso, é preciso oferecer canais onde possam ser reportados desvios dos planos diretores do Compliance da empresa.
O monitoramento dos programas de compliance deve ser feito, mediante revisão periódica da análise de riscos jurídicos e socioambientais. Além disso, deve haver revisão e adequação do treinamento e de ações específicas para áreas sensíveis e de alto risco”, esclarece Bobsin. Como e quando surgiu o Compliance. De acordo com o advogado e especialista em Direito Administrativo, Arthur Bobsin, o Compliance surgiu no início do século 20, com a criação do Banco Central dos Estados Unidos (FED). Seu objetivo foi criar ambiente financeiro mais flexível, seguro e estável.
Na década de 1970, nos EUA, foi criada Lei Anticorrupção Transnacional — a Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) —, que endureceu as penas para organizações americanas envolvidas com atos de corrupção no exterior. Na época, foi descoberto envolvimento de empresas privadas e governos, em esquemas de corrupção. O escândalo fez com que as companhias — não apenas aquelas envolvidas nos esquemas — adotassem práticas de Compliance para melhorar suas imagens e tivessem melhor recepção nos mercados americano e internacional.
No Brasil, o segmento ganhou destaque inicial, em 1992, no início da abertura do mercado nacional, a empresas estrangeiras. Na época, o País se adequou aos padrões éticos de combate à corrupção. A ação foi necessária devido à crescente competitividade entre empresas transnacionais.
O Brasil voltou a abordar o tema, em 2014, com a descoberta de esquemas de corrupção envolvendo empresas públicas e privadas, bem como agentes públicos. A operação Lava-Jato foi iniciada nesta época e abordou lavagem de dinheiro e, posteriormente, desvios de verbas públicas de empresas como a Petrobras (que tem capital público e privado).
Atualmente, a empresa petrolífera brasileira é referência no uso de Compliance. Em 2014, a Petrobrás criou a Diretoria de Governança e Conformidade e o Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção (PPPC), setor que cuida das políticas da empresa.

FONTE: SANTOS, L. G. REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, ANO 30 Nº 133 NOVEMBRO/DEZEMBRO 201. p. 30 - 35

RESENHANDO:

O termo COMPLIANCE surgiu no início do século XX, com a criação do Banco Central do Estados Unidos da América, tendo como objetivo a criação de um ambiente flexível, seguro e estável. Sendo uma palavra inglesa que significa: obedecer regras e normas, ou solicitações feitas por pessoas investida de autoridades, ou seja, prevenir, detectar e remediar desvios de irregularidades que possam prejudicar a imagem  ou a credibilidade das instituições. Como a gestão de risco é uma das bases do COMPLIANCE, isso faz com que seja estabelecido controles para amenizar os problemas que venha a ocorrer ou que já ocorreram, a fim de minimizar impactos nas empresas. O monitoramento dos sistemas é feito rotineiramente para diminuir ou extinguir as falhas. No Brasil a COMPLIANCE entrou em vigor em 1992, na abertura do mercado internacional adequando – se aos padrões éticos. No setor de COMPLIANCE temos:  1- Elaborar um código de conduta. 2 – Seguir os protocolos. 3 – Dar – se o exemplo. 4 – Criação de canais ( Ouvidoria ) interno e externo. 5 – Cumprir regulamentos internos e leis. 6 – Integrar toda a intituição.

ADM. CLAUDILANYO GONÇALVES

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