TIPOS DE ANÁLISES
O People Analytics tem influenciado processos de contratação e impactado as decisões de lideranças, na busca da equipe ideal para os postos mais apropriados, de acordo com o perfil e as expectativas do funcionário. Ele apresenta quatro cenários macros de utilização de dados: as análises descritivas, diagnósticas preditivas e prescritivas. Na análise descritiva é possível descobrir situações que já aconteceram ou que estão em desenvolvimento. Com base sobretudo em eventos passados, ele traça a memória da organização e ajuda na definição de modelos desejáveis para o futuro. Em outro tipo, na análise diagnóstica, o sistema cruzará dados e fornecerá informações sobre causas de fenômenos ocorridos com o trabalhador, no ambiente em que ele atua. Com isso, será possível entender o porquê de acertos e erros.
Além de examinar o fato e a razão, a metodologia poderá fornecer, ainda, cenários do que eventualmente poderá acontecer no futuro (análise preditiva). Já na análise prescritiva será possível criar cenários hipotéticos, em que o cruzamento de dados apontará consequências ao seguir determinados caminhos.
“Ao invés de descartar aquilo que não pode ser analisado, o People Analytics permite aproveitar todo e qualquer dado confiável para montar um quadro mais preciso da situação de seus colaboradores”, resume Dias.
PREOCUPAÇÕES
A implantação de uma estrutura para viabilizar o People Analytics pode ser demorada e cara, segundo o especialista Tommaso Russo. Ele ressalta que tecnicamente ainda não há unanimidade sobre a relação custo x benefício em dispor de uma plataforma de PA, em sua forma final (análises preditivas) — em função do porte da organização ou escala de complexidade da resposta a ser encontrada. O especialista destaca, no entanto, que se utilizado em fases intermediárias — como na análise de dados por meio de indicadores —, o PA pode representar um salto estratégico nos setores de RH. Com as análises descritiva, diagnóstica e prescritiva, haveria a possibilidade de solucionar dificuldades crônicas do negócio e atingir estratégias de médio e longo prazo, além de melhorar a qualidade das decisões gerenciais. “Acredito bastante na importância desses dados para a gestão de pessoas, mesmo que em um nível menos sofisticado. Também creio que uma cultura voltada para resultados deve contribuir para a sobrevivência do próprio RH, cuja importância ainda é subestimada na maioria das organizações”, ressalta. De acordo com Russo, adotar o People Analytics pressupõe mudança cultural nas organizações, pois elas devem utilizar o sistema para embasar todas as decisões críticas relativas a pessoas. De outro modo, não faria sentido implantar o PA e preparar colaboradores para sua utilização. “As organizações desejam que o RH mude sua postura, de uma área de suporte administrativo — puramente reativa às demandas do negócio — para uma área estratégica. A diferença entre o potencial que a tecnologia pode oferecer às organizações e sua produtividade está nas pessoas, cabe ao RH reduzir essa diferença”, diz.
FONTE: SANTOS, L. REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO, ANO 31 Nº 137 JULHO/AGOSTO 2020 p. 24-27.
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