A sociedade da informação é caracterizada por criar e utilizar constantemente novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Além disso, o atual contexto informacional se configura pela constante produção, disseminação e consumo de informações via web, principalmente por meio dos compartilhamentos nas redes sociais (Facebook, Twitter) e nos aplicativos de mensagens instantâneas (Whatsapp). Esse tráfego de informações por meio de novas formas de acesso e produção de conteúdo, porém, tem possibilitado o consumo e disseminação de informações falsas, distorcidas, manipuladas, servindo às mais diversas finalidades pessoais e institucionais. A popularização de termos como “fake news”, “pós-verdade” e “desinformação” tem trazido à tona uma recente preocupação com a veracidade e a confiabilidade das informações disseminadas na web, as quais acabam formando opiniões e construindo pretensos conhecimentos, baseados em informações falsas ou imprecisas. A quantidade de informações enganosas disseminadas já atinge grandes proporções. Exemplos recentes deste cenário são o número de compartilhamentos nas redes sociais de notícias falsas sobre as eleições americanas de 2016 e o caso conhecido como ‘Operação Lava-Jato’, aqui no Brasil. Segundo as matérias publicadas por Aragão (2016) e Vilicic (2016), o número de interações nas redes sociais com as notícias falsas excedeu o de interações com as notícias que, de fato, eram verdadeiras. Se alguma vez a informação já foi escassa, hoje a situação é oposta. Vive-se dentro de uma infosfera, que produz constantemente uma grande quantidade de informações, de forma que o próprio indivíduo parece não dar conta da carga informacional disponibilizada diariamente ao seu aparato cognitivo. Não bastasse a explosão informacional, que leva o volume de informações a um nível muito mais difícil de acessar e interpretar, ainda se soma a isso a mistura de informação verídica com informações e dados falsos, propagados muitas vezes de forma negligente e até intencional. Dessa forma, a atual emergência do fenômeno da desinformação sugere que a leitura e interpretação perdeu seu poder de criticidade, gerando uma mecanização no comportamento dos indivíduos acerca da informação, de modo que acabam se comportando como replicadores de uma “poluição informacional”. A correspondência a eventos ou coisas realmente ocorridas, que sempre foi um indicativo mínimo de veracidade, tem se tornado uma qualidade cada vez mais difícil de comprovar, num meio ambiente em que a informação é replicada por diversas fontes, e é cada vez mais difícil para o interagente conferir as fontes originais, sobretudo daquilo que é veiculado pela internet. De forma similar a uma infecção contagiosa, a desinformação se espalha rapidamente nas redes sociais, atingindo um grande número de indivíduos. Assim, o presente trabalho propõe a analogia entre a proliferação do consumo e disseminação de conteúdos sem criticidade, e uma epidemia zumbi. Os zumbis tornaram-se figuras folclóricas da cultura pop mundial e suas epidemias costumam representar coletivos humanos infectados, que perdem sua racionalidade, andando sem rumo e instaurando o caos social. Zumbificação da informação é, assim, o processo de disseminar e consumir informação falsa ou distorcida sem perceber, devido à ausência de interpretação crítica e checagem de fontes, contribuindo para a infecção generalizada da desinformação na web. O desenvolvimento do trabalho, também de forma análoga, será feito em três etapas: contágio, epidemia e cura. O objetivo do trabalho é apresentar o contexto informacional contemporâneo de forma crítica, aproveitando-se da alegoria aqui sugerida, para alertar sobre seus problemas e buscar soluções possíveis para resolver
seus impasses.
FONTE:Leonardo Ripoll Tavares Leite (UDESC) - leonardo_ripoll@hotmail.com & José Claudio Matos (UDESC) - doutortodd@gmail.com
RESENHADO:
RESENHADO:
A sociedade se tornou escravo de sua própria racionalidade infectada por uma gama de informações, que muitos não se dão o trabalho de conferir sua veracidade, apenas ler e já sai espalhando. Isso mostra o quanto as pessoas estão se tornando mais vazios, visto que o que se aprende hoje é desaprendido amanhã. sendo um fato mundial, pois afeta a todos diretamente. Essas notícias falsa criam uma ruptura na forma de viver em comunidade, porque o compartilhamento dessas informações, em alguns casos, geram ódio e revolta, massacrando um sistema de convivência que há muito tempo vem se construindo e que é destruído em apenas um "click".
ADM. CLAUDILÂNYO GONÇALVES
ADM. CLAUDILÂNYO GONÇALVES
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